Durante muito tempo, o mercado ignorou ou não percebeu que existem fornecedores que são micro e pequeno empresários negros. Muitas das vezes esses fornecedores negros não conseguem se aproximar de grandes clientes. Não por falta de qualidade do produto, mas pela desigualdade de oportunidades.
Vou aqui enumerar algumas delas:
1. Fornecedores negros estão fora ou afastados do ambiente onde circulam grandes clientes
2. Como não existem políticas afirmativas para empreendedores negros, ou se existem são poucas, fica cada dia mais difícil investir em marketing e comunicação que atinjam os grandes clientes
3. Muitas grandes empresas ainda não colocaram na estratégia do negócio a diversidade e equidade também na contratação de fornecedores como diferencial e
4. Se os CEOs das grandes empresas não se mobilizarem e chamar os setores táticos e operacionais para analisar a questão, esse tema não vai avançar
As fervorosas manifestações antirracista que eclodiram com a morte de George Floyd fizeram com que algumas grandes empresas olhassem mais atentamente para cadeia de fornecedores. Uma delas foi o Facebook, segundo o site portal da comunicação, a empresa irá destinar “200 milhões de dólares à comunidade negra. Serão 25 milhões para apoiar e dar ferramentas para creators negros, 75 milhões para serviços à comunidade e negócios criados por negros. Os 100 milhões restantes serão para fornecedores negros, ação que faz parte do projeto criado pela rede social que prevê investir 1 bilhão de dólares em fornecedores que representam a diversidade.”
Iniciativa como essa é necessária em todas as comunidades, em todos os países, porque é uma forma de se quebrar o racismo sistêmico e abrir espaço para as pessoas negras mostrarem seus trabalhos, crescer, explorar os talentos, fazer parte integralmente do mercado. O próximo passo é mensurar o quanto ações como essas estão impactando positivamente o fornecedor negro e o mercado como um todo.
Raquel Chrispim
Diretora Executiva da RC8 Consultoria
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